terça-feira, 30 de agosto de 2011

Waydip - Gerar energia em todo o lado


Basta passar-lhe por cima, de automóvel ou a pé. O sistema chama-se Wayenergy e está quase a chegar ao mercado.

25 Agosto 2011 | 10:49, Teresa Gens, Jornal de Negócios

Dois jovens empreendedores criaram um solo gerador de energia eléctrica. Basta passar-lhe por cima, de automóvel ou a pé. O sistema chama-se Wayenergy e está quase a chegar ao mercado.

Escola a poucos metros, entrada ou saída de parque de estacionamento, proximidade de passadeira de peões. São vários os locais onde se instalam lombas para refrear os ânimos dos condutores, obrigando-os a abrandar. Deixar de usar estas lombas como simples "freios", para que os veículos reduzam velocidade e passar a usá-las como um sistema que absorve a energia dos automóveis transformando-a em energia eléctrica é uma das propostas da Waydip. A energia gerada poderá ser usada no próprio local ou então, simplesmente, armazenada para usar quando for necessária.

Os promotores da Waydip, sedeada na Covilhã, querem instalar este sistema, o Wayenergy, sobre ou em substituição do actual pavimento e vários são os destinatários possíveis, explica Filipe Casimiro, um dos dois promotores desta empresa. Os principais clientes serão entidades que tutelam estradas e auto-estradas, parques de estacionamento, centros comerciais, estações de transportes públicos, ginásios ou discotecas, ou seja, todo os locais de grande afluência de pessoas ou veículos e com necessidades energéticas. Reduzir-lhes a factura de electricidade é o benefício que o sistema Wayenergy promete, uma vez que todos estes espaços poderão gerar parte significativa da energia que consomem.

É este o argumento que a Waydip utilizará junto dos seus potenciais clientes assim que entrar no mercado. Para já, a empresa está a terminar o desenvolvimento dos seus produtos e o arranque do negócio, a nível nacional, acontecerá no primeiro semestre de 2012.

O desígnio de apostar nas renováveis é nacional, mas nem assim a vida dos empreendedores tem sido fácil. "Continuamos à procura de financiamento para a fase final do projecto, nomeadamente a entrada no mercado e a internacionalização". As empresas reconhecem o valor do projecto e demonstram vontade de investir, "porém, nesta fase, nota-se alguma falta de capital, o que atrasa a implementação dos produtos no mercado", relatam os empreendedores.

O orçamento para 2010 e 2011 foi de 150 mil euros, obtido através da vitória no Prémio de Inovação EDP Richard Branson e ISCTE-IUL MIT Portugal Venture Competition, mas, depois, é preciso mais, explica o promotor da Waydip,empresa constituída por três engenheiros, dois sócios e um recentemente contratado.

O financiamento é essencial nesta fase de chegada ao mercado mas é, também, vital para que, em 2013, a internacionalização do projecto vá para a frente. Os empreendedores querem concorrer lá fora porque garantem ter algo novo para oferecer.

Aposta na tecnologia electromagnética

Embora existam a nível internacional alguns concorrentes no mercado de "energy harvesting" [captação de energia], cujos produtos se baseiam na tecnologia piezoeléctrica - diferente da que a Waydip desenvolve e utiliza - o maior trunfo desta empresa, afirmam os seus promotores, está na tecnologia utilizada.

A opção assumida, "ao ser electromagnética, permite-nos gerar mais energia face à tecnologia concorrente e apresentar menores custos nos nossos produtos, permitindo, assim, aos clientes ter um 'payback' mais rápido dos seus investimentos", explica Filipe Casimiro.

Depois de a Waydip fazer entrar no mercado, nacional e internacional, os seus produtos, os empreendedores vão apostar no desenvolvimento de novas soluções na área de energias renováveis e captação de energia, de modo a aumentar a oferta da empresa. As novas ideias estão, para já, guardadas no edifício Parkurbis do Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã onde a Waydip está instalada.