sexta-feira, 15 de maio de 2020

Juntos contamos consigo COVID19 / DS

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Quase 1 milhão de toneladas de CO2 de redução de emissões na produção de eletricidade nos últimos 2 meses



Não se queima carvão em Portugal para produção de eletricidade há 52 dias seguidos nas centrais de Sines e Pego; a central de Sines está parada há 100 dias.

Naquilo que constitui um recorde, nos últimos 52 dias (desde 14 de março, inclusive) não se usou carvão em Portugal para produção de eletricidade. Nenhuma das duas centrais térmicas de Sines e Pego esteve a funcionar, sendo que a central de Sines já não produz energia elétrica desde há 100 dias (desde 26 de janeiro, inclusive). Tal conduziu a uma redução inédita e sem precedentes das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal. Recorrendo aos dados das Redes Energéticas Nacionais (REN) relativos aos meses de março e abril de 2020 e à comparação com o período homólogo de 2019, a ZERO calcula um decréscimo de emissões de quase um milhão de toneladas de toneladas de dióxido de carbono, mais precisamente 960 mil toneladas (370 mil toneladas para o total de março e 590 mil toneladas para o total de abril).

Nestes dois últimos meses verificou-se também um aumento de 14,5% de fontes renováveis na produção de eletricidade em comparação com o período homólogo de 2019, passando de 62,6% para 77,1%. Deve ainda considerar-se como relevante a quebra no consumo de eletricidade que atingiu 12% comparando o mês de abril de 2020 com o mês de abril de 2019.

Neste quadro, a ZERO estima que as emissões médias diárias de CO2 associadas à produção nacional de eletricidade tenham recuado de 28 mil toneladas por dia no total dos meses de março e abril de 2019 para 12 mil toneladas por dia no total dos mesmos meses este ano.

A ZERO aproveita para contextualizar que a pandemia de covid-19 não tem uma relação direta com estes resultados, exceto por exemplo na redução do consumo de eletricidade mais significativo em abril de 2020. Tal deve-se acima de tudo a uma consequência dos preços de mercado do carvão, dos custos associados às emissões (quer via o preço das licenças de emissão de carbono à escala europeia, quer da taxa de carbono e do imposto sobre os produtos petrolíferos à escala nacional), e da competitividade e disponibilidade de outras alternativas, em particular da eletricidade de fontes renováveis, mas também das centrais a gás natural que apresentam uma maior eficiência comparativamente às centrais a carvão.

[ler o comunicado completo]

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Será que o ato de Perdoar e o Sistema de Justiça podem ser alinhados? Reflexões sobre os objetivos de um sistema de justiça

Ted Talk, Martha Minow, dezembro de 2019


Será que um sistema de justiça focado em condenar serve a sociedade, quando se reconhece o valor do perdão? Esta conferência TED desafia-nos a refletir sobre esta questão. Está focada no sistema judicial dos Estados Unidos da América (EUA), mas as questões que levanta aplicam-se na generalidade dos países.

Perdões, indultos, comutação de penas e leis de falência são ferramentas de perdão previstos no sistema legal dos Estados Unidos da América. 
Será que são usados com a frequência suficiente e com justiça? 
A Professora de Direito Martha Minow descreve como essas medidas baseadas em misericórdia podem reforçar a desigualdade racial ou económica - e defende a criação de um sistema de "justiça reparadora" que se concentre na prestação de contas e na reconciliação, e não na punição.
Ver aqui o significado de indulto e comutação de pena no Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
Sobre o conceito de Justiça Reparadora (Restorative Justice) consultar o site do Centre for Justice and Reconciliation.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Papa Francisco forma Comissão especial para o Covid-19

Adaptado de vaticannews.va , 16 de abril de 2020

O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral informa que, a pedido do Papa Francisco, foi formada uma Comissão para o Covid-19 com 5 grupos de trabalho para enfrentar os desafios presentes e futuros do pós-pandemia.

No dia 20 de março de 2020, o Papa Francisco solicitou ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (DSDHI) a formação de uma Comissão, em colaboração com outros Dicastérios da Cúria Romana, para exprimir a solicitude e o amor da Igreja pela família humana diante da pandemia do Covid-19, principalmente mediante a análise e a reflexão dos desafios socioeconômicos e culturais do futuro e a proposta de diretrizes para enfrentá-los. 

Portanto, o Dicastério instituiu uma Comissão formada por cinco Grupos de trabalho:

O Grupo de trabalho 1, coordenado pelo DSDHI, é dedicado à escuta e ao apoio das Igrejas locais, em um serviço que as torne protagonistas das situações em que vivem, em cooperação com a Cáritas Internacional. O grupo tem a tarefa de colaborar positivamente com as iniciativas de caridade promovidas por outros setores da Santa Sé como a Esmolaria Apostólica, a Congregação para a Evangelização dos Povos e a Farmácia do Vaticano.

O Grupo de trabalho 2, coordenado pelo DSDHI, será responsável por pesquisas e estudos da pandemia, reflexões sobre a sociedade e sobre o mundo pós-coronavírus, particularmente nos setores do meio ambiente, da economia, do trabalho, da saúde, da política, da comunicação e da segurança. O Grupo fará seu trabalho em conjunto com as Pontifícias Academias para a Vida e a das Ciências, também com várias Organizações que já colaboram com o DSDHI.

O Grupo de trabalho 3, coordenado pelo Dicastério para a Comunicação, tem a tarefa de informar sobre os trabalhos dos Grupos e promoverá a comunicação com as Igrejas locais, ajudando-as a responder de maneira autêntica e plausível ao mundo pós-coronavírus.

O Grupo de trabalho 4, coordenado pela Secção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado, apoiará a Santa Sé nas suas atividades e nas suas relações com os países e Organismos internacionais comunicando-lhes os resultados da pesquisa, do diálogo e das reflexões produzidas.

O Grupo de trabalho 5, coordenado pelo DSDHI, é responsável pelo financiamento para sustentar a assistência da Comissão para o Covid-19 às Igrejas locais e às organizações católicas, e a sua atividade de pesquisa, análise e comunicação.

Os objetivos dos cinco Grupos de trabalho, apresentados ao Papa em 27 de março de 2020, serão coordenados por uma Direção que responderá diretamente ao Santo Padre, formada pelo prefeito do DSDHI, Cardeal Peter K. A. Turkson, pelo Secretário Mons. Bruno-Marie Duffé e pelo Secretário Adjunto, Padre Augusto Zampini.

Um projecto para deixar o mar de Porto Santo livre de plásticos

Extraído do jornal Público, 21 de abril de 2020, por: Patrícia Carvalho.

No ano passado, duas associações encontraram-se na ilha do Porto Santo no âmbito de um evento relacionado com o consumo sustentável de pescado realizado durante o Festival Rota do Atum. Pouco depois, entrava nos serviços da Unesco a candidatura do território à Rede Mundial de Reservas da Biosfera. E, numa ilha grega, a WWF - World Wide Fund for Nature desenvolvia um projecto para que aquele local pudesse tornar-se na primeira ilha do Mediterrâneo livre de plásticos. Foi a conjugação de tudo isto que permitiu que os actores, o timing e a experiência já desenvolvida se encontrassem, fazendo nascer o projecto Porto Santo Sem Lixo Marinho, que já tem financiamento garantido através do programa EEAGrants Ambiente, que em Portugal é gerido pelo Fundo Ambiental.


Não fosse a pandemia da covid-19 e este deveria ser o mês para que o projecto do consórcio que inclui a Associação Natureza Portugal, em associação com a WWF (ANP/WWF), enquanto promotora, a AIDGlobal - Acção e Integração para a Cidadania Global e organismos públicos locais estivesse no terreno. Assim, foi preciso rever o calendário e os 18 meses que a iniciativa deve durar só começam a contar a partir de Setembro.

É nessa altura que deverá arrancar a primeira das três fases do projecto, inspirado no trabalho desenvolvido pela WWF na ilha grega de Pharos, mas com algumas diferenças. “Quisemos trazer para Portugal uma metodologia que a WWF tinha experimentado na Grécia, mas adaptada à realidade de Porto Santo, e, por isso, vamos começar por identificar os fluxos e descargas dos resíduos na ilha, porque é algo que achamos que ainda não está feito”, diz Ângela Morgado, directora-executiva da ANP/WWF.

Com este trabalho e a respectiva monitorização será possível perceber as fontes destes resíduos, quem os produz, qual a sua composição e como são geridos. E esta análise permitirá seguir para o segundo ponto na agenda do projecto, que passa pela optimização da gestão desses resíduos. “A ideia é optimizar a recolha e gestão de resíduos plásticos. Com isto, pretendemos reduzir radicalmente o volume de plásticos descartáveis, de uso único, utilizados no Porto Santo, e gerir mais eficientemente aquele que vai continuar a ser utilizado”, diz Sofia Lopes, gestora de projectos da AIDGlobal.

«A ideia é optimizar a recolha e gestão de resíduos plásticos. Com isto, pretendemos reduzir radicalmente o volume de plásticos descartáveis, de uso único, utilizados no Porto Santo, e gerir mais eficientemente aquele que vai continuar a ser utilizado.» Sofia Lopes, AIDGlobal