segunda-feira, 11 de junho de 2007

Cientistas conseguem transmitir energia com tecnologia sem fios

Investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT na sigla inglesa) anunciaram quinta-feira um novo avanço ao conseguirem acender uma lâmpada transmitindo a energia necessária por meio da tecnologia sem fios.

Esta descoberta faz prever que em breve os telemóveis e outros aparelhos electrónicos possam receber energia sem necessidade de estarem ligados à corrente eléctrica.

De acordo com uma artigo publicado quinta-feira na Science Express, uma publicação online da Science, o conceito de envio de energia através da rede sem fios não é novo, mas até agora a sua utilização em larga escala tem sido considerada ineficaz, uma vez que a energia electromagnética gerada iria irradiar em todas as direcções.

Contudo, no Outono, um cientista do MIT, Marin Soljacic, descobriu a maneira de fazer a transferência de energia recorrendo a ondas electromagnéticas definidas.

A chave é fazer com que o aparelho fornecedor e o receptor comuniquem na mesma frequência de modo a receber a energia de forme eficiente, sem a perda até agora considerada.

O princípio é idêntico àquele que permite a um cantor de ópera partir um copo de vidro com a voz, desde que o objecto esteja a comunicar na mesma frequência daquela voz.

O avanço agora conseguido no MIT tem a ver com o facto de pela primeira vez se conseguir a transferência eficaz da energia, sem perdas.

Os cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts conseguiram fazer acender uma lâmpada de 60 watts colocada a dois metros da fonte geradora de energia.

«Foi uma experiência excitante. O processo utilizado é fácil de reproduzir. Não custa nada regressarmos ao trabalho no laboratório e reproduzir o processo sempre que quisermos», comentou Marin Soljacic.

A descoberta permite pensar num futuro próximo em que os aparelhos funcionem sem necessidade pilhas, evitando os problemas associados à sua reciclagem e aos efeitos nocivos dos químicos tóxicos de que são feitas.

No entanto, os cientistas ainda têm muito que trabalhar pois o processo desenvolvido no MIT é eficaz a 40-45%, ou seja, a maior parte da energia gerada pela fonte emissora não chegou à lâmpada.

Marin Soljacic considerou que o processo tem de pelo menos duplicar a sua eficiência, antes de poder competir com as formas tradicionais de fornecimento de energia aos aparelhos eléctricos e electrónicos.

Designado por «WiTricity» (contracção de Wireless - sem fios - e Electricity - electricidade), o processo desenvolvido pelo MIT vai ser desenvolvido não só para miniaturizar o receptor de energia como para aumentar o alcance.

O objectivo é conseguir, por exemplo, que uma única fonte de energia sem fios possa alimentar todos os aparelhos existentes num dado espaço, como a sala de uma casa.

Nos testes até agora efectuados não foram detectados quaisquer danos nos telemóveis, computadores portáteis e cartões de crédito que se encontravam no laboratório, mas o MIT admite a necessidade de mais estudos.

A não existência de efeitos secundários nesta forma de transformação de energia tem ainda outro efeito, segundo o MIT: a colocação de pessoas ou objectos entre o emissor e o receptor da energia em nada afecta a passagem da energia.

Diário Digital / Lusa

08-06-2007 7:02:53

segunda-feira, 23 de abril de 2007

As boas notícias são que já somos mais de três milhões a ler

Fonte: Público
Data: 23-04-2007
Autor: Inês Nadais


Durante anos ficámos mal, muito mal, na fotografia. Agora é diferente: 37 por cento dos portugueses aparecem a ler. Só falta saber o quê

Isabel Alçada, comissária do Plano Nacional de Leitura, congratula-se com os números mas diz que quer ir mais longe. É um pequeno passo para um país civilizado, mas é um passo gigantesco para um país que há ainda seis anos tinha nove por cento de analfabetos (e que passou mais de metade do século XX a ser um anacronismo, um mundo à parte num fuso horário à parte da restante Europa ocidental): segundo os dados do estudo Consumidor 2006, que a Marktest divulgou a meio da semana passada, já são mais de três milhões os portugueses que lêem livros (ou, mais exactamente, que leram um livro no mês anterior ao telefonema da Marktest).

Ler continua a ser um comportamento minoritário, uma coisa que acontece a menos de metade da população continental com mais de 15 anos - mas cada vez menos, e isto merece palmas (a pretexto, também, desta efeméride: hoje é o Dia Mundial do Livro e finalmente os portugueses parecem saber o que isso é, e não apenas de vista).

Isabel Alçada, a comissária do Plano Nacional de Leitura, tem o estudo em cima da mesa quando lhe telefonamos (mas vai ter outro, mais extensivo, daqui a uns meses). "É indispensável sabermos qual é a tendência - e é muito bom saber que há uma tendência positiva, que há muitas pessoas que adquiriram hábitos de leitura nos últimos dez anos, e sobretudo saber que idade têm, onde vivem, que profissão exercem", diz.

O estudo da Marktest chega a esse ponto: ao ponto de nos dizer que as pessoas que lêem livros vivem sobretudo na Grande Lisboa e no Grande Porto (regiões onde, respectivamente, 49,2 por cento e 50,2 por cento dos habitantes têm esse hábito), são do sexo feminino (40,7 por cento de leitoras contra 33,1 por cento de leitores), correspondem a quadros médios e superiores (classe em que 73,7 por cento dos inquiridos afirmam ler, ao contrário das domésticas, dos trabalhadores não-qualificados e dos reformados) e pertencem às classes alta e média alta (68,2 por cento de leitores contra apenas 20,5 por cento na classe mais baixa).

Mais livros, mais economia

Não chega, diz Isabel Alçada: "Estes dados são necessários, mas não são suficientes; temos de ir mais longe". E vamos: o Plano Nacional de Leitura encomendou dois estudos (sobre os hábitos da população em geral, a cargo do Observatório das Actividades Culturais, e sobre os hábitos da população escolar, a cargo do Centro de Sondagens da Universidade Católica) e espera ter resultados no Verão.

"Queremos saber como o panorama evoluiu desde o último grande estudo, que tem dez anos. E queremos saber como estão os outros países, nomeadamente na União Europeia e na OCDE, porque são os países onde mais se lê que têm os indicadores de desenvolvimento económico mais significativos. No Reino Unido, por exemplo, um inquérito da BBC feito no ano passado revelou que 79 por cento dos britânicos consideram a leitura uma actividade essencial e que só 17 por cento não gostam de ler. E outro mostra que 23 por cento dos locais de trabalho disponibilizam o empréstimo de livros ou mesmo clubes de leitura. Mais de 80 por cento dos trabalhadores ingleses trocam livros com os colegas de trabalho e cerca de 65 por cento lêem à hora do almoço", sublinha a comissária.

Devemos estar muito longe disso, mas não temos a certeza. O inquérito A Leitura em Portugal que o Observatório das Actividades Culturais está a coordenar poderá ajudar a cartografar melhor a actual tendência para o aumento do número de leitores: embora a amostra seja menos significativa do que a da Marktest (2552 indivíduos, contra os 4248 que compõem o universo Consumidor 2006, também com 15 e mais anos e só em Portugal continental), as dimensões de análise permitirão conhecer muito mais profundamente quem lê - e o que lê quem lê.

"O inquérito que temos em curso retoma um estudo publicado em 1997 e procura interrogar os antecedentes da prática da leitura, a prática de leitura do inquirido na actualidade, a posse e a compra de livros e outras práticas culturais do inquirido", explica José Soares Neves, responsável executivo do projecto.

Tendência positiva

Comparar os dados obtidos agora com os de 1997 vai ser complicado, "porque muita coisa mudou ao longo destes dez anos na sociedade portuguesa". Mas, face aos valores de referência desse inquérito - que considerava leitores todos os inquiridos que tivessem lido livros nos últimos 12 meses -, espera-se "uma evolução positiva".

"Em 1997, 12 por cento dos inquiridos diziam-se não-leitores, ou seja, não tinham lido um único livro no ano anterior ao inquérito. Imaginamos que essa proporção tenha diminuído. Mas a que ponto? Alterou-se a proporção dos portugueses com acesso à leitura? E alteraram-se as características dessa população? É possível que sim. Há aspectos novos que este estudo pode apanhar: as novas tecnologias, por exemplo, que em 1997 ainda eram realidades emergentes", nota.

O que quer que tenhamos feito, frisa Isabel Alçada, fizemos em menos anos do que os países do Norte da Europa: "Nós começámos a fazer este esforço de promoção da leitura há 20 anos. Eles andam nisto há 100". Talvez leiam best-sellers da Joan Collins ou do Paulo Coelho quando vêm de férias ao Algarve, mas lêem: "O importante é ler. É claro que ler obras de mais envergadura indica que a literacia atingiu níveis mais robustos. Em Portugal também não sabemos exactamente o que as pessoas estão a ler. Os tops de vendas das livrarias não dispensam um trabalho científico e não temos propriamente boas estatísticas de edição e de tiragens".

A boa notícia do estudo que a Marktest divulgou na semana passada é que, em relação a 1996, a proporção de leitores em Portugal aumentou 58 por cento: há dez anos, só 23,5 por cento dos inquiridos disseram que sim quando lhes perguntaram se tinham lido algum livro no mês anterior. Por este andar, talvez em 2037 as nossas estatísticas sejam como as da BBC.

sábado, 7 de abril de 2007

Uma atitude que não é parvoíce

Há coisas que se proporcionam pelo facto de vivermos numa democracia que nos parecem completamente disparatadas, nomeadamente a possibilidade de utilizarmos essa democracia para promovermos formas de estar na sociedade muito pouco democráticas...

Os Gato Fedorento tomaram uma atitude, a todos os níveis louvável, de se manifestarem contra a atitude do PNR relativamente à Imigração e aos estrangeiros em Portugal. Independentemente da legitimidade ou não da permanência de muitos dos estrangeiros em Portugal, estes são, hoje em dia, sem dúvida nenhum, peças importantes na nossa economia. Para além de tudo isso, Portugal sempre foi um país de emigrantes - nem sempre bem recebidos nos seus países de destino, mas enfim - conhecemos bem as realidades que ditam a necessidade de emigrar, pelo que devemos reconhecer aos imigrantes que nos procuram o direito de irem à procura de uma vida melhor. Precisamos de gente empreendedora para que este país se desenvolva efectivamente... parece-me que, de facto [só] "Com Portugueses não vamos lá...".

Pena que a CML tenha obrigado os Gato Fedorento a tirar o cartaz, mas se não tinha autorização... não tinha e pronto - tinha que ser retirado... mas é pena. Temos que dar às atitudes de grupos como o PNR respostas à altura, "sérias" :-D como a dos Gato Fedorento, e não as intelectuais como as de alguma Comunicação Social, dando a relevância adequada às parvoíces públicas de alguns...

Esta atitude de um grupo de cidadãos é, definitivamente, uma boa notícia.

Cientista português recebe prémio milionário

Lemos um jornal inteiro e temos dificuldade em encontrar uma notícia que mereça ser destacada pela positiva... Esta pareceu-me razoavelmente boa para uma sexta-feira santa.

No final da leitura da notícia, ficamos sem entender muito bem sobre o que o nosso premiado investiga... temos a noção que o que está para vir pode ser uma coisa importante, mas não sabemos exactamente para quê - esperemos que não sejam apenas os artigos académicos.

No entanto, não deixa de ser o reconhecimento de uma equipa de investigação portuguesa, ilustrando que, de facto, se vão fazendo algumas coisas como deve ser no nosso país.

Diário de Notícias, 6 de Abril de 2007

"Especialista em genética, líder de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, António Jacinto ganhou um dos prémios científicos mais importantes (e um dos maiores) a nível internacional: o Human Frontier Science Program Award, o que quer dizer um milhão de dólares (cerca de 700 mil euros)."


sábado, 10 de março de 2007

Navarra: 70% da energia vem do Sol e do vento

Enquanto os líderes europeus tentam colocar a UE na vanguarda da luta contra o aquecimento global, na cimeira que se realiza neste momento em Bruxelas, e querem aumentar o uso de energias renováveis para 20 por cento, a região espanhola de Navarra vai buscar quase 70 por cento da sua electricidade ao sol e ao vento.

Uma reportagem publicada pela BBC online (http://news.bbc.co.uk), sobre aquela pequena área montanhosa, situada no norte do país vizinho, assinala o pioneirismo navarro, em contraste com a performance continental, quase dez vezes menor, já que na Europa, as energias renováveis cobrem menos de 7 por cento das necessidades energéticas.

Navarra, sem recursos energéticos fósseis, decidiu colocar a sua geografia ao serviço das suas linhas eléctricas, no final dos anos 80. A capital Pamplona recebeu as primeiras centrais eólicas e os navarros habituaram-se às pás giratórias nos postais das montanhas.

Actualmente, são mais de 1100 os moinhos de vento instalados, bem diferentes daqueles que Cervantes colocou no caminho de Dom Quixote. Estes, que alimentam turbinas gigantescas, catapultaram a pequena região para a frente de países como a França e a Polónia, em termos de produção energética, a partir de energias renováveis.

O pioneirismo abriu novas oportunidades às empresas energéticas da região, como é o caso da Acciona Energia, que lidera o sector das «renováveis» a nível mundial, e desde Pamplona controla centrais desde Espanha até à Coreia do Sul.

China, Índia, Austrália e EUA são alguns dos gigantes onde a companhia pretende aumentar a sua presença. «Vamos investir muito em energias renováveis no mundo porque estamos convencidos que este será um sector muito relevante no futuro», disse o porta-voz da Acciona Energia, à BBC.

Um dos dados que ilustra a importância económica que representam as energias renováveis em Navarra é o número de postos de trabalho que criou na última década. Cerca de 4 mil pessoas dedicam-se desde o fabrico de painéis solares ao das turbinas das centrais eólicas.

O secretário regional da industrial, Jose Javier Armendariz, afirmou que o sector está a superar o da indústria automóvel, o mas importante da região, até agora.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Tiny baby sent home from hospital

Inicio este blog com a notícia de um bébé prematuro, que nos dá esperança e ânimo, demonstrando que é possível vencer a maior parte das grandes dificuldades com que nos deparamos no dia-a-dia.

Leiam mais no link seguinte.

The world's smallest surviving baby is finally being allowed to go home from hospital in America.

Amillia Taylor was only as long as a pen when she was born and weighed just 284 grams (10oz) - which is about the same as a big bar of chocolate.