quinta-feira, 23 de julho de 2009

Investigadores desenvolvem vacina capaz de bloquear a reprodução do parasita da malária

Estudo publicado na PLoS One
Investigadores desenvolvem vacina capaz de bloquear a reprodução do parasita da malária
22.07.2009 - 22h53 PÚBLICO
Uma vacina capaz de bloquear a reprodução do parasita da malária foi desenvolvida por investigadores norte-americanos e teve sucesso quando aplicada em ratinhos e numa espécie de primatas. A descoberta foi publicada hoje na “Public Library of Science One” (PLoS One).

A vacina foi feita a partir de uma proteína do Plasmodium falciparum (o principal parasita que desencadeia a malária) produzida em Escherichia coli. Até agora, nunca se tinha conseguido recriar a conformação correcta desta molécula. O objectivo desta vacina é impedir que o Plasmodium se reproduza.

[...]

De acordo com o estudo, uma única dose da vacina proporcionou uma resposta imune capaz de bloquear a transmissão em 93 por cento dos casos, ou seja o Plasmodium não foi capaz de continuar a reproduzir-se. A percentagem subiu para 98 por cento quando se deu um reforço alguns meses depois. “Isto pode-se tornar numa arma importante no arsenal que se utiliza contra a malária e na progressiva eliminação da transmissão da malária.”

Se os investigadores conseguirem desenvolver esta vacina para os humanos e se for possível vacinar todas as pessoas, há a esperança de se erradicar o parasita. Mas o cientista adverte que é necessário haver mais estudos para alcançar este objectivo. Por outro lado existem várias espécies de Plasmodium que afectam os humanos e que desencadeiam a malária. O Plasmodium vivax é, por exemplo, outro dos maiores parasitas que causam a doença.

A malária afecta 500 milhões de pessoas e estima-se que mate um milhão por ano.


Ver a notícia completa aqui.

domingo, 19 de julho de 2009

Portugal é o segundo país do mundo com mais doações de órgãos por milhão de habitantes

Saúde
Portugal é o segundo país do mundo com mais doações de órgãos por milhão de habitantes
19.07.2009 - 08h31 Lusa
Portugal é o segundo país do mundo com mais doações de órgãos por milhão de habitantes (26,7), mas o aumento da recolha de órgãos esbarra muitas vezes nas limitações a nível dos recursos humanos e físicos, alertam especialistas ouvidos pela Lusa.

O cirurgião Linhares Furtado, que fez o primeiro transplante de órgãos em Portugal, um transplante renal com dador vivo, a 20 de Julho de 1969 nos Hospitais da Universidade de Coimbra, considera o número de dadores nacionais "muitíssimo bom".

"Os números subiram muito há uns anos no sul do país e em Coimbra, no ano passado, a taxa ultrapassou a de Espanha, o campeão mundial de dadores", sublinhou.

"É uma questão de organização. Há uma maior sensibilização de médicos e enfermeiros, em particular nos hospitais distritais que possuem unidades de cuidados intensivos", disse à Lusa.

Para ver a notícia completa, carregue aqui.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Uma horta solar no Saara para abastecer a Europa

Uma horta solar no Saara para abastecer a Europa

por Enrique Pinto-Coelho, Publicado em 14 de Julho de 2009
Área equivalente ao tamanho de Portugal serve para abastecer o mundo inteiro

"Em seis horas, os desertos recebem mais energia solar que o consumo anual de toda a humanidade." Partindo desta ideia, foi lançado ontem em Munique (Alemanha) um ambicioso plano para desenvolver a energia solar nas próximas décadas.

O projecto tem o apoio da Comissão Europeia e do governo alemão, mas ainda procura financiamento e parceiros para o orçamento descomunal: segundo o Centro Aerospacial Alemão, serão necessários 400 mil milhões de euros para completar o sonho da fundação Desertec, um conglomerado de entidades públicas e privadas liderado pelo Clube de Roma (uma ONG sem fins lucrativos) e a seguradora Munich Re.

Ao todo, 12 companhias assinaram ontem um memorando de entendimento para constituir a Desertec Industrial Initiative (DII) e concluir um plano de investimento até 2012: às germânicas Siemens (tecnologia), E-on (energia) e Deutsche Bank juntaram-se outras como a suíça ABB (engenharia), a argelina Cevital (alimentação) e a espanhola Abengoa (energias alternativas), entre outras.

A DII pretende cobrir 15% da procura energética europeia em 2050, ser o principal fornecedor do Médio Oriente e do Norte de África e ainda utilizar o excesso de energia armazenado para dessalinizar água, um bem cada vez mais escasso. A tecnologia já existe. Tal como a energia solar fotovoltaica, a solar térmica funciona através de painéis que captam a radiação do sol. A principal diferença é que em lugar de converter o sol directamente em electricidade, a solar térmica aquece água ou outro fluido (óleo, por exemplo) a alta temperatura. O vapor resultante move uma turbina, que por sua vez gera energia eléctrica.

No site (www.desertec.org), a fundação esclarece que não pretende construir uma megacentral, mas sim "centenas de centrais solares, integradas numa rede de energias renováveis" (ver infografia nesta página). Os benefícios prometidos são elevados, mas os detractores denunciam os elevados custos da proposta, que pode retirar ajudas para outras tecnologias sustentáveis e prolongar a dependência energética europeia.

Acabar com a dependência "A Europa já importa gás e petróleo, está longe de ser auto-suficiente", recorda Sven Teske, da ONG ambientalista Greenpeace. Ao telefone, Teske explica ao i que o objectivo é "acabar com a dependência dos combustíveis fósseis", e para isso "são necessárias todas as tecnologias".

Outro dos problemas apontados é a instabilidade política dos eventuais países produtores. "[O projecto] servirá para abrir um novo capítulo nas relações entre a Europa, o Médio Oriente e o Norte de África", garante Hassan bin Talal, príncipe da Jordânia e um dos impulsionadores da Desertec.

domingo, 12 de julho de 2009

Marta inicia primeira fase do transplante

João Saramago in Correio da Manhã, 9 de Julho de 2009

Medula óssea: Operação deverá realizar-se a partir do dia 26

Marta, a menina de cinco anos a quem foi detectada uma Leucemia Mioloblástica Aguda – uma das piores formas deste tipo de cancro – deverá ser submetida ao transplante de medula óssea "a partir do dia 26," de acordo com a sua tia Maria João Dray. O dador português, um jovem nascido na década de 80, foi considerado apto, pelo que a menina irá ser internada dia 19, para a primeira fase da operação.

Internada no Instituto Português de Oncologia, em Lisboa, a menina de Carcavelos irá receber um cateter venoso, através do qual, numa segunda fase, será feita a transfusão de células-mãe da medula óssea do doador (transplante). Pelo cateter receberá também quimioterapia, transfusões, antibióticos e medicamentos.

Nesta primeira fase anterior ao transplante, o organismo de Marta será preparado para receber as células sadias da medula óssea (transplante). Este é um processo realizado com elevadas doses de quimioterapia cujo objectivo é destruir as células imunes para que o paciente possa receber a nova medula óssea.

A segunda fase tem início com o transplante, que se realiza como se fosse uma transfusão de sangue através do cateter. As células do sangue do dador são levadas pela corrente sanguínea até à medula óssea, onde, lentamente, iniciam o processo de produção de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas.

Na fase pós-transplante, Marta irá receber medicamentos que estimulem a produção dos glóbulos brancos, importantes para defesa contra as infecções.

RITMO DE NOVOS DADORES NÃO ABRANDOU

A onda de solidariedade criada em torno da necessidade de Marta precisar de um dador de medula óssea não terminou, apesar de já serem conhecidos os potenciais dadores há cerca de um mês. Helder Trindade, director do Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão (CEDACE), explicou ao CM que o banco "conta com cerca de 175 mil dadores". O mesmo responsável acredita que, até final do ano, o banco poderá atingir os duzentos mil dadores, embora, no próximo mês, com as férias, possa haver um abrandamento das inscrições.

DADOR ESCOLHIDO APÓS CAMPANHA

O jovem com menos de 30 anos, que foi escolhido para doar as células progenitoras de medula óssea para a pequena Marta, inscreveu--se no banco nacional depois de ter início a campanha levada a cabo pelos familiares e amigos de Marta e que levou milhares a inscreverem--se, numa acção sem precedentes. A sua inscrição ocorreu depois dos médicos se terem decidido em Abril pelo transplante. O facto de ser compatível só viria a ser conhecido em Junho, depois de realizado um conjunto de testes para determinar o seu perfil genético.

Três outros dadores, de nacionalidades espanhola, norte-americana e britânica, foram seleccionados do banco de dadores mundial que reúne, cerca de 14 milhões de pessoas. Por questões de logística, uma vez encontrado um português, a equipa médica liderada por Manuel Abecassis optou por esta escolha. A identidade do dador não é revelada uma vez que a lei proíbe a troca de dados entre dador e receptor.