segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Menina de nove anos combate cancro com transplante de seis órgãos

Alannah Shevenell, uma menina norte-americana de nove anos, viu as suas probabilidades de sobrevivência aumentarem depois de uma cirurgia inédita lhe ter substituído na totalidade seis dos seus órgãos vitais: esófago, fígado, estômago, baço, pâncreas e intestino delgado.

in Sol, 3 de Fevereiro de 2012


Tudo começou em 2008, quando Alannah, na altura com cinco anos, começou a fazer febres altas e a perder peso enquanto a sua barriga inchava. Foi então que os médicos descobriram uma rara forma de tumor malígno (sarcoma), impossível de remover e difícil de tratar com quimioterapia.

Ano após ano, as infrutíferas tentativas de tratamento apenas resultaram no alastrar do tumor para vários órgãos.
Depois de três meses de recuperação, aumentam agora as expectativas de sucesso no duro combate a um tumor que começou a pressionar o esófago e a aproximar-se do coração da criança da província de Maine, EUA.

Segundo explica Heung Bae Kim, o cirurgião do Hospital Pediátrico de Boston responsável pelo caso, o transplante multi-órgãos foi a única solução possível para o caso de Allannah e, para isso, a criança esteve mais de um ano em lista de espera.

Quando, em Outubro do ano passado, chegou finalmente a sua vez, a família estava ciente de que as hipóteses de sucesso da operação eram de 50 por cento. No entanto, a arriscada cirurgia parecia ser a única via possível.

De acordo com a CBS, o transplante de seis órgãos foi um procedimento inédito e o transplante do esófago, em particular, foi o primeiro feito em todo o mundo. Para o cirurgião de Alannah, esta foi «provavelmente uma das mais extensas remoções de tumores alguma vez feita».

Mais de três meses depois, a criança de 9 anos regressa optimista a casa, onde vive com os avós, mas vai ter de se submeter a exames de rotina para o resto da vida. Para além disso, terá de tomar diariamente nove comprimidos, alguns duas, três ou quatro vezes por dia, explica a CBS.



Tendo em conta que o seu sistema imunitário se encontra extremamente debilitado, terá de seguir umaa dieta rigorosa e tomar todas as precauções necessárias quando sair à rua.

SOL

Algas podem ser alternativa ao carvão e petróleo

Publicado em JN, 2012-01-20

Peritos crêem que as algas têm um enorme potencial como biocombustível, alternativo aos combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo, mais poluentes, ao desvendarem o segredo da transformação do seu açúcar em energia.

Os resultados da investigação, a cargo de especialistas da empresa Bio Architecture Lab, nos Estados Unidos, são divulgados num artigo a publicar na sexta-feira na revista científica Science, noticia a AFP.

As algas são vistas pelos peritos como opção apelativa para a produção de biocombustível porque, ao contrário do milho e da cana-de-açúcar, crescem no mar e, por isso, não interferem com as colheitas agrícolas.

Menos de três por cento das águas costeiras no mundo conseguem produzir algas suficientes para substituir cerca de 60 mil milhões de galões de combustível fóssil, segundo o artigo da revista Science.

No pico de produção, as algas podem gerar anualmente 19 mil litros de biocombustível, ou seja, duas vezes mais a quantidade de etanol extraída da cana-de-açúcar e cinco vezes mais o etanol produzido a partir do milho.

A equipa de peritos norte-americanos manipulou uma variante da bactéria E.coli e conseguiu sintetizar moléculas de açúcar das algas castanhas em etanol.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Se não temos um minuto para parar e escutar um dos melhores músicos do mundo tocar alguma da melhor música alguma vez composta, quantas mais outras coisas estamos a deixar passar ao lado?


A man sat at a metro station in Washington DC and started to play the violin; it was a cold January morning. He played six Bach pieces for about 45 minutes. During that time, since it was rush hour, it was calculated that thousands of people went through the station, most of them on their way to work.

Three minutes went by and a middle aged man noticed there was musician playing. He slowed his pace and stopped for a few seconds and then hurried up to meet his schedule.

A minute later, the violinist received his first dollar tip: a woman threw the money in the till and without stopping continued to walk.

A few minutes later, someone leaned against the wall to listen to him, but the man looked at his watch and started to walk again. Clearly he was late for work.

The one who paid the most attention was a 3 year old boy. His mother tagged him along, hurried but the kid stopped to look at the violinist.

Finally the mother pushed hard and the child continued to walk turning his head all the time. This action was repeated by several other children. All the parents, without exception, forced them to move on.

In the 45 minutes the musician played, only 6 people stopped and stayed for a while. About 20 gave him money but continued to walk their normal pace. He collected $32. When he finished playing and silence took over, no one noticed it. No one applauded, nor was there any recognition.

No one knew this but the violinist was Joshua Bell, one of the top musicians in the world. He played one of the most intricate pieces ever written,with a violin worth 3.5 million dollars.

Two days before his playing in the subway, Joshua Bell sold out at a theater in Boston and the seats average $100.

This is a real story. Joshua Bell playing incognito in the metro station was organized by the Washington Post as part of a social experiment about perception, taste and priorities of people. The outlines were: in a commonplace environment at an inappropriate hour: Do we perceive beauty?

Do we stop to appreciate it? Do we recognize the talent in an unexpected context?

One of the possible conclusions from this experience could be: If we do not have a moment to stop and listen to one of the best musicians in the world playing the best music ever written, how many other things are we missing?

Navio-escola Sagres comemora 50 anos ao serviço de Portugal


in Marinha.pt, 02-02-2012 0:00 
NRP Sagres a navegar no rio Tejo 

No próximo dia 8 de fevereiro, o Navio-escola Sagres comemora 50 anos ao serviço da Marinha Portuguesa e de Portugal. Para assinalar tão importante data na vida do Navio, irão decorrer diversas atividades de natureza social e cultural no período de 4 a 12 de fevereiro, com o Navio atracado no cais de Alcântara, em Lisboa.

O Navio-escola Sagres foi construído nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, em 1937, tendo, na altura, recebido o nome Albert Leo Schlageter. Em 1948 entrou ao serviço da Marinha do Brasil e foi batizado de Guanabara. Em 1961 foi adquirido por Portugal com o objetivo de substituir a antiga Sagres, que já não se encontrava em condições de assegurar a continuidade das viagens de instrução, dele herdando todos os símbolos, incluindo o próprio nome. 

A Sagres içou pela primeira vez a bandeira portuguesa a 8 de Fevereiro de 1962. Desde então tem assegurado a formação marinheira dos futuros oficiais da Armada, complementando assim as componentes técnica e académica ministradas na Escola Naval. Nestas funções efetuou 155 viagens, pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, mares do Norte, das Caraíbas, do Japão, da China, Mediterrâneo, Arábico, Báltico, Vermelho e Amarelo. Nos 50 anos ao serviço de Portugal e da Marinha Portuguesa já realizou três voltas ao mundo, com 385 visitas a portos e cerca de 600 000 milhas navegados e é conhecido como um Embaixador Itinerante ao serviço de Portugal.

Em articulação com a Presidência da República e com o Governo, tem prestado um importante apoio à participação de Portugal em diversos eventos internacionais como a Expo Mundial em Nova Iorque (1964), o bicentenário da Independência dos Estados Unidos (1976), o bicentenário da Estátua da Liberdade (1986), o Festival Cabrilho em S. Diego (1978, 1983 e 1992), as comemorações de Jacques Cartier no Canadá (1984), as celebrações do Desembarque da Normandia em Rouen (1989), os 500 anos da descoberta da América (1992), os 450 anos da chegada dos portugueses ao Japão (1993), as comemorações do descobrimento do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama (1998), as comemorações do Descobrimento do Brasil por Álvares Cabral (2000), a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos em Atenas (2004), o bicentenário da Batalha de Trafalgar (2005), o bicentenário das independências dos países da América do Sul (2010) ou a Expo de Xangai (2010). 

O NRP Sagres é, presentemente, um dos veleiros mais conhecidos em todo o mundo, tendo inclusivamente acolhido a bordo inúmeros visitantes ilustres, desde presidentes da república, primeiros-ministros, reis, príncipes, bem como figuras ímpares da cultura como a fadista Amália Rodrigues, o Captain Alan Villiers, o pintor Roger Chapelet, o jornalista Fernando Pessa ou o realizador Manoel de Oliveira, que a bordo deixaram o seu testemunho no Livro de Honra do navio.

Consulte a História e o programa das comemorações dos 50 anos ao serviço da Marinha Portuguesa em http://www.marinha.pt/aniversariosagres/ e venha visitar o Navio que é um dos símbolos de Portugal no mundo.


NRP Sagres

Jovens universitários ensinam idosos a descobrir o mundo da informática







in Sol, 1 de Janeiro, 2012

Estudantes do terceiro ano de Engenharia Informática da Universidade de Coimbra transformaram-se durante algumas semanas em ‘professores’ de idosos utentes de um centro de dia, mostrando-lhes o mundo dos computadores e da Internet.

A formação tem sido ministrada por seis rapazes, todos à volta dos 20 anos, a um conjunto de sete pessoas, maioritariamente mulheres, cujas idades vão dos 73 aos 85 anos.

O projecto, intitulado 'Avós Cibernautas', tem decorrido no Centro de Dia 25 de Abril, do Ateneu de Coimbra, na zona alta da cidade, com sessões em que os seis rapazes ensinam os passos básicos para mexer num computador.

A redacção de pequenos textos, o uso do rato na calculadora, a criação de contas de correio electrónico e a navegação na Internet foram algumas das actividades exploradas nas sessões com os idosos, ao longo dos meses de Novembro e Dezembro, disse à Agência Lusa João Pedro, um dos estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

«As coisas são muito direccionadas para as pessoas jovens, com mais facilidade em perceber, e os idosos são um pouco postos de parte», afirmou o aluno, ao explicar a génese do projecto, desenvolvido no âmbito da disciplina Processos de Gestão e Inovação, leccionada pelo docente Carlos Cerqueira.

Este mês, além de irem ao centro de dia para esclarecer dúvidas dos seus ‘alunos’, os jovens tencionam instalar no local dois computadores, doados por uma empresa, garantindo pelo menos num a ligação à Internet. Aguardam também resposta do município a um pedido para doar material antigo.

«Era engraçado estarmos com pessoas mais velhas e estarmos nós no papel dos professores», disse João Pedro ao descrever a experiência, na qual os estudantes usaram os respectivos computadores pessoais.

O jovem contou que o seu formando, por exemplo, nunca tinha mexido num computador e concluiu que, apesar de algumas dificuldades, como utilizar o rato, o balanço é positivo, com um sentimento geral de entusiasmo entre os idosos perante as potencialidades da Internet.

Lusa/SOL

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Jovem investigador português desenvolve nova estratégia para "matar" tumor à fome

Gonçalo Bernardes e a sua equipa criaram uma possível nova terapêutica que pode ser menos dolorosa e mais eficaz. E pode ser aplicada a vários tipos de cancro
Publico em Público.pt, texto de Renata Silva/Projecto Ciência 2.0 • 02/02/2012

É quase como um correio de droga. Trata-se de anticorpos munidos de uma substância com uma missão: chegar aos vasos sanguíneos do tumor e destruir as células cancerígenas.

Experiências realizadas mostraram que este método tem resultados terapêuticos no combate ao cancro. É o que revela o estudo de Gonçalo Bernardes, 31 anos, doutorado em Química Biológica pela Universidade de Oxford, e da sua equipa, publicado recentemente na revista científica "Angewandte Chemie".

Quando chega ao destino - os vasos sanguíneos que circundam o tumor -, a droga é libertada através de um estímulo químico, exercendo uma função terapêutica. Chegando a este local, esta bloqueia a entrada de nutrientes que alimentam o tumor. A novidade aqui não está na ideia de matar o tumor à fome, que já é uma abordagem sobejamente explorada pela comunidade científica, mas sim na estratégia desenvolvida por Gonçalo Bernardes e a sua equipa.

Drogas conjugadas com anticorpos

“Os anticorpos que criámos são específicos para um receptor que está presente nos novos vasos sanguíneos e isso traz uma grande vantagem. É que estas drogas conjugadas com anticorpos podem ser virtualmente usadas para o tratamento de qualquer tipo de tumor sólido. A formação de vasos sanguíneos é uma característica comum a todos os tumores” explicou ao P3 Gonçalo Bernardes.

O facto de ser específico para os vasos sanguíneos apresenta ainda uma outra vantagem. “Os mecanismos de resistência do tumor vão ser muito menores do que no caso dos anticorpos específicos para receptores que estão na superfície das células cancerígenas, pois estas podem estar em constante mutação”, salienta o investigador que, há cerca de dois anos, trabalha em Zurique.

Uma terapia menos dolorosa

“Existe uma esperança em se conseguir um tratamento alternativo mais específico, mais eficiente e menos doloroso para quem tem cancro”, concretiza. Contudo, não é possível prever quando (e se) a droga poderá ser aprovada para estudos clínicos.

Seria, portanto, uma alternativa à quimioterapia. Nesta, o que acontece é que a droga usada não distingue as células saudáveis das células cancerígenas, limitando a quantidade que é possível utilizar e prejudicando a eficácia do tratamento.

A investigação, feita com base em testes com ratinhos, trouxe como resultados um efeito terapêutico, em que são suprimidas as células cancerígenas. Contudo, são necessárias mais investigações, dado que o cancro não é eliminado.

Próximos passos? “Queremos modificar a droga tornando-a mais potente, para que tenha uma capacidade mais forte para matar as células tumorais e testá-la em ratinhos e ver qual é a reacção em diferentes tipos de tumor. Com esta conjugação de droga e tipo de anticorpos, pensamos que talvez possamos chegar a efeitos terapêuticos superiores aos que conseguimos ter com o modelo actual”, responde Gonçalo Bernardes.

Começou a Campanha Nacional de Prevenção do Cancro Colorrectal


A Campanha Nacional de Prevenção do Cancro Colorrectal, a que a Liga Portuguesa Contra o Cancro dedica o ano de 2012, teve início em Coimbra, no passado dia 31 de Janeiro, com uma iniciativa de sensibilização para comportamento saudáveis: “Um Almoço Saudável (para todos) em Coimbra” juntou mais de 15.000 crianças, jovens e adultos a consumir refeições que cumpriam um conjunto de indicações nutricionais base previamente definidas e validadas técnica e cientificamente.

A proposta de “Um Almoço Saudável (para todos) em Coimbra”, do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, contou com a colaboração de várias entidades locais e do Chef Chakall, que acompanhou a execução das suas ementas pelos alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra.

Um almoço saudável porque é possível prevenir o Cancro Colorrectal (a principal causa de morte por cancro em Portugal), nomeadamente através da adopção de hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis. A escolha da cidade de Coimbra para o lançamento da campanha nacional porque apenas a Administração Regional do Centro tem um programa de rastreio do Cancro Colorrectal organizado em 34 centros de saúde, de um total de 85.

A Campanha Nacional de Prevenção do Cancro Colorrectal prossegue, agora, com uma divulgação de informação pormenorizada à população, através de folhetos, mupis, notícias na imprensa, spots na televisão e na rádio e lançamento de uma banda desenhada para jovens, sobre factores de risco, medidas de prevenção primária e recurso ao rastreio ou a testes de rastreio para os indivíduos com mais de 50 anos.





O CANCRO COLORRECTAL É A PRINCIPAL CAUSA DE MORTE POR CANCRO EM PORTUGAL

Diariamente morrem 11 portugueses com esta doença.

Anualmente cerca de 7 mil portugueses são afectados por esta doença que tem tido um aumento progressivo nas últimas décadas.

A adoção de comportamentos saudáveis é uma forma de prevenir a doença: alimentação rica em fruta e legumes, pobre em gordura sobretudo de origem animal e redução do consumo de álcool; abolição do tabaco; combate ao excesso de peso e ao sedentarismo; estímulo ao exercício físico.
Apesar de todas as medidas comportamentais este cancro continuará a afectar muitos cidadãos, sendo mais frequente após os 50 anos. É aconselhável a realização de exames de rastreio a partir desta idade. A doença só tardiamente apresenta sintomas pelo que o rastreio está indicado em todos os cidadãos assintomáticos a partir dos 50 anos.

FACTORES DE RISCO
  • Idade superior a 50 anos
  • História pessoal e familiar de pólipos e cancro colorrectal
  • Antecedentes pessoais de doença inflamatória intestinal

O cancro do cólon e recto deve diagnosticar-se antes de dar sintomas. Na grande maioria dos casos evolui a partir de uma lesão benigna – o pólipo. O pólipo pode transformar-se em cancro num período de 10 ou mais anos.
O Rastreio sistemático e organizado do cancro colorrectal pode não só permitir a cura mas também a prevenção deste cancro.
Informe-se sobre os exames de rastreio com o seu médico.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Viver a vida com menos custos



 


Proporcionar a todos uma vida mais confortável e sustentável sem que seja necessário gastar dinheiro é o objetivo da nova plataforma portuguesa online. O site www.vidagratis.pt.la sugere múltiplas hipóteses para reduzir o custo de vida através de partilhas, reutilizações e troca de objetos e de serviços.

Com o objetivo de divugar a informação associada ao conceito de Vida Grátis, o novo portal condensa num único local outros sites que oferecem serviços e ideias para um estilo de vida mais sustentável.

Desde a troca de livros e de casa, passando pelos bancos do tempo e pela sugestão de eventos culturais, o Vida Grátis oferece múltiplas hipóteses para enfrentar a sociedade de consumo de uma forma mais criativa e sustentável.

Assim, o Vida Grátis serve de porta de acesso para sites de trocas e partilhas já existentes como, por exemplo, o Freecycle, o Banco do Tempo e o Troco 1 hora.

Clique AQUI para aceder à nova plataforma Vida Grátis.

Auroras boreais - Janeiro de 2012


Time lapse - Aurora Borealis January 2012 from Håvard Bartnes on Vimeo.


Mais sobre este fenómeno:

Cell2B: Esperança para doentes de leucemia espera investidores



Empresa do ramo da biotecnologia pretende lançar no mercado uma terapia celular que soluciona a rejeição de transplantes. Falta o financiamento.

in DN, por Sónia Simões, 3 Janeiro 2012

Ainda é uma start-up à procura de investidores, mas, por trás, tem quatro sócios com uma investigação certificada na área e um plano de negócios promissor: introduzir no mercado uma terapia celular já testada em doentes de leucemia - uma esperança na não rejeição do transplante de medula.

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística são claros: em 2009 morreram 782 doentes de leucemia, uma média de 65 por mês. Conscientes da gravidade da doença, dois dos quatro investigadores que agora constituem a Cell2B estavam em doutoramento pelo MIT Portugal quando, em 2007, responderam ao desafio de experimentar esta terapia celular.

Os sete testados tinham contraído a doença do "enxerto contra o hospedeiro" depois de um transplante de medula óssea. "Pode ocorrer após transplante a cerca de 50% das pessoas, porque há rejeição do sistema imunitário do dador que é transplantado com as células - atacando uma grande amplitude de órgãos", explica Francisco dos Santos. Em caso de rejeição, o tratamento é feito com esteroides, mas "doentes com graus três e quatro não são curáveis". Esta terapia permite "modelar o sistema imunitário de modo a que ele deixe de atacar o corpo do paciente". Dos sete testados, só um faleceu de ataque cardíaco (em nada relacionado com a doença ou a terapia). "Alguns pacientes passaram a graus um e dois, podendo depois ser tratados com esteroides."

Francisco dos Santos e Pedro Andrade foram influenciados pelo colega de laboratório, David Braga, a não deixar morrer o projeto. Os três já se conheciam quando estudavam Engenharia Biológica, mas faltava-lhes alguém mais entendido no ramo empresarial. "Pediram-me um plano de negócios para apresentar numa competição do MIT", recorda Daniela Couto, licenciada em Engenharia Biomédica pela Universidade do Minho. O plano, apresentado em 2010, chegou às finais, mas não ganhou. Ninguém desistiu. "O projeto empresarial nasce porque para comercializar este produto é exigido um ensaio clínico", acrescenta David.

Se se provar que há um benefício, a European Medicins Agency (EMA) concede autorização de comercialização no espaço europeu e depois é possível pedir o equivalente nos Estados Unidos. Feitas as contas, a Cell2B procura alguém que invista oito milhões de euros no ensaio. "Em troca vendemos uma percentagem da empresa. Quando esta tiver receitas ou for vendida, o valor é dividido pelos acionistas", explica Daniela, apesar de aberta a outras possibilidades de financiamento.

Por agora, a Cell2B está em compasso de espera, apesar dos inúmeros telefonemas (até do Brasil) de familiares de doentes de leucemia desesperados. "Agora nada podemos fazer, a menos que os doentes integrem o ensaio."

Um ensaio que, a começar este ano, só terminará em 2015, com quase duas centenas de doentes testados. "A maior parte das empresas, quando chega a este ponto, só tem experiência feita em animais, nós temos testes feitos em pessoas", alerta Daniela. E reforça porque devem os investidores olhar para a Cell2B: "Conseguimos poupar cerca de 50 mil euros ao Sistema Nacional de Saúde por paciente, o que significa uma redução de quase um terço do custo total do tratamento." Mais, há estudos iniciais que apontam no sentido de esta terapia poder ser usada para outros fins, como na doença de Crohn ou em infeções hospitalares. "No total, estimamos que cerca de quatro milhões de doentes/ano sejam afetados por condições a que nós podemos responder."

Para já, dois dos sócios vivem de uma bolsa pós-doutoramento e a Cell2B sobrevive do prémio Tecnologias da Saúde e Biotecnologia, do Concurso Nacional de Inovação BES de 2011. Desconhecem até quando.