Em "O Aqui", a noção de tempo e de medo "é muito pessoal, tem a ver com a realidade destas pessoas, portadoras de uma deficiência, mas em primeiro lugar humanas", observou Ana Rita Barata.
"Há certamente um contraste muito forte com a forma como o tempo é vivido actualmente, na nossa sociedade, em que tudo corre. Quando se é portador de uma deficiência como a paralisia cerebral, tudo acontece de forma mais lenta", apontou ainda.
A coreógrafa esclareceu que nesta companhia, criada há dois anos, a intenção não é fazer dança-terapia, mas sim concretizar um objectivo artístico: "No entanto, o processo e o resultado acaba por ser terapêutico para todos nós", admitiu.
Composta por 13 pessoas, quatro bailarinos profissionais, dois técnicos da área da deficiência e sete pessoas portadoras de paralisia cerebral, a companhia tem recebido apoios do Centro de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian (CPRCCG), da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa (APCL) e do Instituto de Inserção Social.